Na véspera de lançar seu primeiro livro, a noite de autógrafos de No colo de Apolo está marcada para o 5 de setembro, Débora Duarte, se considera uma pessoa de sorte. E, é. Aos 9 anos, escreveu suas primeiras poesias e incentivada pelo pai, tornou-se literata. “Quando era criança e ia mostrar as minhas poesias para meu pai, ele falava ‘vai ler mais’”, lembra. Atualmente, são as filhas Daniela e Paloma suas maiores fãs. “Elas são muito corujas comigo”, disse.
No ar como a Amália de Cordel Encantado, atriz 61 anos, está adorando participar da novela. ‘’São poucos os autores que escrevem bons papéis para mulheres com mais de sessenta anos. A gente tem que saber envelhecer, aceitar envelhecer”, afirma.
Após o presente das autoras Duca Rachid eThelma Guedes (Cordel Encantado), Débora pretende viajar o Brasil levando a OficinaReceite de Refitá, onde ensina jovens a interpretar. Ela também planeja escrever um Pocket Show, baseado no seu livro. “Se é para sonhar, eu queria muito ser convidada para um bom papel no cinema. Sinto muita saudade de fazer cinema”, deu a dica.
As filhas Daniela e Paloma
Primeiro, a atriz falou sobre Daniela, fruto de seu casamento com Gracindo Júnior. “Ela é uma muito talentosa, criou um projeto maravilhoso chamado O pequeno cineasta, onde ensina crianças noções de edição, interpretação e até figurinos. Vale a pena ver o que ela faz, se dedica muito”.
Já ao falar de Paloma (filha de seu casamento com o cantor Antônio Marcos), o tom foi mais humorado. “Olha, não é fácil ser mãe de Paloma Duarte não, viu?”, (risos). Débora lembrou que Paloma sempre teve uma personalidade muito forte, desde criança. Era o tipo de pessoa que defendia a sua opinião a qualquer custo. Agora, estou gostando de ver, por que a Paloma está com duas filhas adolescentes, que estão a fazendo ela cortar o mesmo dobrado que eu cortei . Ela é uma mulher linda, talentosa, me orgulho muito.”
Ansiedade do primeiro livro
“Editar um livro é mais difícil do que posar nua”, disse Débora. Ela reuniu mais de 40 poesias e pensamentos escritos ao longo de sua vida. “Eu não tenho um processo de escrita. “Apenas escrevo”, definiu. A idéia do projeto surgiu na década de 80, quando Débora Duarte comentou num programa de TV sobre seus textos. Na época, uma editora se interessou em reunir o material e publicá-lo. Zélia Gattaichegou a fazer o prefácio e Mário Lago, a orelha . A coletânea, no entanto, não chegou a ser impressa na ocasião porque a empresa que a lançaria faliu. Recentemente, a atriz foi surpreendida com a possibilidade de resgatar o projeto quando sua amiga e dramaturga Leilah Assumpção e o marido Walter Appel a presentearam com o contrato com uma nova editora. “Meu último trabalho no teatro, inclusive, foi a peçaAdorável Desgraçada, escrita por Leilah”, contou Débora. “ Estou nervosa, mas acho que o público também gostaria de saber um pouco de mim. Qualquer ser humano já teve momentos de solidão, aproveitei para escrever, mostrar meus sentimentos, minha alma.’’ Sobre a honra que sente em ter nomes renomados assinando a orelha e o prefácio, ela declarou: “O Mário e a Zélia são dois anjos, que devem estar olhando por mim. Tenho que ter humildade e aceitar esse presente”, agradeceu.